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​Amor de mãe que vence desafios

6 de maio de 2025

Unidades da LBV oferecem suporte essencial à mulher na jornada da maternidade, para que ela viva essa experiência com dignidade e segurança

A maternidade pode ser um desafio ainda maior quando a mulher se encontra em alguma situação de vulnerabilidade socioemocional. Em situações assim, o trabalho da Legião da Boa Vontade (LBV) faz toda a diferença, oferecendo acolhimento, suporte emocional e estrutura para que essas mamães possam garantir aos filhos a segurança e os cuidados necessários para enfrentarem as dificuldades do mundo. Segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,1% dos lares são chefiados por mulheres, um total aproximado de 36 milhões de unidades domésticas. Além disso, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que 11 milhões dessas famílias são de mães solo, ou seja, que cuidam sozinhas de seus filhos.

De avó a mãe: uma história de Amor e superação
Desde que soube que seria avó, Rosana Benedito Leite, de 51 anos, sentiu que iniciava uma nova fase. Tudo começou em 2010, quando sua filha, na época com 15 anos, descobriu a gravidez da primeira neta, Hillary, hoje com 14 anos. Cinco anos depois, nasceu Raphaely, e a responsabilidade da avó de cuidar de duas vidas se multiplicou.
Com a chegada da segunda neta, veio também a preocupação com a saúde da pequenina, que nasceu com uma cardiopatia congênita. “No último ultrassom, o médico percebeu uma alteração no coração. Foi feito um ecocardiograma e constatou-se que ela precisaria de cirurgia. O cardiologista explicou que as artérias do coração não se formaram corretamente, o que poderia até colocar a vida dela em risco ao nascer, por ela não conseguir respirar direito”, conta a avó.
Raphaely nasceu e foi direto para a UTI, onde se preparou para o primeiro procedimento, que aconteceu aos 14 dias de vida e é chamado de Blalock-Taussig (BT), no qual um pequeno tubo é introduzido para desviar o fluxo sanguíneo da aorta para os pulmões, com o objetivo do sangue receber oxigênio, uma cirurgia temporária que trata defeitos cardíacos congênitos. A partir de então, começou uma verdadeira maratona pela saúde dela, que durou cerca de oito anos. Foram muitos exames delicados, internações hospitalares (algumas dessas bem longas) e momentos de muita esperança e coragem até a última cirurgia, realizada em 2022. Foi um procedimento de coração aberto, de alto risco, mas essencial para melhorar a qualidade de vida da menina.
Após a recuperação, Raphaely pôde, enfim, frequentar a escola no começo de 2023. Durante todo esse processo, um relacionamento amoroso afastou a mãe das duas meninas, fazendo com que Rosana assumisse de vez o papel de mãe e avó, com todo o amor e dedicação que essa missão exige. Passada essa fase mais complicada, Rosana buscou a unidade da LBV em Campinas/SP, onde reside, a fim de que a menina se desenvolvesse melhor. Isso porque, durante esse período desafiador, ela não pôde socializar como deveria — tendo sido até alfabetizada em casa. “A criança em casa acaba se tornando um pouco mais reservada. Para ela, a LBV foi muito boa. Lá ela brinca, pinta, faz passeios, interage com outras crianças e não fica no celular nem na rua. No ano passado, ela até desfilou no Sete de Setembro e amou! Ficou encantada, porque eu nunca a tinha levado a um desfile assim. Raphaely gosta muito do pessoal da LBV; chega em casa falando: ‘Estão me ensinando a tocar violão, a fazer crochê’. Tudo isso ocupa a cabeça dela de forma bem positiva. O que aprende lá ela quer fazer em casa também”, relata a avó com orgulho.
Além disso, “as crianças são ensinadas a respeitar, a acolher a diferença, não há discriminação de ninguém. Você vai à Instituição e explica a situação: ‘Olha, o meu filho tem esses limites’, e eles recebem da melhor forma possível, isso é gratificante para eles no futuro”. Outro aspecto muito importante, segundo Rosana, são os encontros promovidos pela Entidade com os familiares dos atendidos. “Teve uma reunião em que nos apresentamos e contamos um pouco da nossa história. E ali descobri que há pessoas que já enfrentaram desafios ainda maiores do que os meus. É muito bom conversar, dividir momentos de dificuldades e alegrias, pois essa troca enriquece bastante. Você conhece um pouquinho mais os pais, suas histórias. Por exemplo, uma pessoa tem um filho autista, eu tenho minha neta com problemas cardíacos, outro tem situação diferente… É muito bom dividir tudo isso.”
Lá, a avó das meninas encontrou até mais do que esperava. “Eu sofro por minha filha não estar aqui comigo. Já fui à LBV, chorei, contei toda a minha situação… Lembro disso e me emociono. A equipe me dá um apoio enorme, porque não é fácil [lidar com tudo isso].” E ela finaliza com gratidão: “A LBV fornece o uniforme, a garrafinha, tudo o que eles precisam. A gente não se preocupa com nada. Sou muito grata à Instituição, porque deixo minha neta lá e fico tranquila, sabendo que ela está aprendendo coisas boas, não está na rua e se sente feliz”.

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